domingo, 25 de abril de 2021

Origens e historiografias da língua suaíli.

     Primeiramente suaíli é uma comunidade étnica com ramificações culturais formada entre os séculos XII ao XV na costa oriental africana e nas ilhas próximas à localidade. São caracterizados pelo uso comum da língua suaíli, e atualmente constituem em si um conjunto de povos, disseminado entre os bantos, quenianos, tanzanianos, congoleses e moçambicanos. Também os traços culturais são muito significantes para o conhecimento da civilização suaíli ou a conhecida civilização de zanje.

    Entre os anos de 300 à 400 a costa e as ilhas leste do continente africano, principalmente a região de Mogadixo foram alcançadas entre os povos bantos, sendo estas regiões entretanto desde os tempos faraônicos. No primeiro milênio da era cristã, as aguas do oceano índico eram dominadas por mercadores do sul da península arábica em um intenso comércio que envolvia produtos da Índia, Somália e Eritreia. Mencionando também que as relações entre o oriente e a costa africana se intensificaram no primeiro milênio da era cristã, pelo fato de os árabes estabelecerem o domínio de califados como Omíada e Abácidas. No entanto é necessário enfatizar que devido a essas relações comerciais, a formação étnica na costa oriental foi heterogênea, desde o século XV sem sofrer influências externas descaracterizantes de suas estruturas e organizações internas, e que as influências externas foram feitos como cidades e fundações para os núcleos comerciais criados por árabes e imigrantes persas, como em Pemba na atual Tanzânia em 730 d.C., Mogadixo na Somália em 740 d.C., ilha Socotora em 834 d.C. no chifre da África, Quíloa, Comores, Malinde, Mombaça, Zanzibar, Madagascar e Moçambique no século X. E desde o século XV nada foi construído por ordem externa a nível de uma civilização no território da costa oriental da África. Já dentro do conjunto de povos, temos os xirazes, localizados na costa apartir de Somália, ilhas Lamu no Quênia, Pemba, Zanzibar, Mafia, Kilwa Kisiwani na Tanzânia e Comores, que segundo o autor Ari Nave credita a combinação na formação de elemento africano, árabe e persa para a identidade étnica, mas é claro esclarecer que os xirazes não chegaram a criar um Estado único e centralizador de seu poder.

        Civilização zanje e sua influência comercial: 

    Externamente os povos da costa oriental, foram conhecidos como os negros ou negros da costa pela palavra Zanzibar que eram chamados por árabes e persas. Durante muito tempo as mercadorias dos negros da costa foi exportada para o Oriente, como marfins, cascos de tartaruga, âmbar cinzento, incenso, especiarias, resinas, óleos, bálsamo, mirra, peles de animais e mão de obra escrava, em troca de tecidos, cerâmicas, pérolas, vidros e outros produtos do Oriente. Enfatizando também sobre a escravização, que desde estes tempos antes da chegada europeia ao continente, ocorreu uma presença demográfica muito significativa de africanos escravizados na Ásia, pois muito veio do Oriente persa e árabe para trabalharem desumanamente nas plantações de cana e algodão, e o fato deste comércio foi a alta demanda de mão de obra agrícola. Além da escravização e as riquezas vegetais, a África foi grande detentora de ferro e ouro que extraído das minas do Zimbábue desde o século X.

   A estrutura da civilização suaíli baseava-se em clãs ou conjunto de povos com diferenças de classes, como dirigentes ou comerciantes, pois a sociedade vivia essencialmente do comércio mercantil, que segundo Joseph Ki-Zerbo menciona a participação ativa de governantes, lideres e dinastias locais presença africana presente. E de acordo com a heterogeneidade étnica na região, é necessário mencionar que muitos autores defendem a africanidade da civilização suaíli é um fato, como Davidson, por exemplo, menciona em sua obra União dos escritores angolanos de 1997 que as cidades da costa oriental pertenceu a uma grande civilização que floresceu aproximadamente entre 1000 à 1700 d.C., predominantemente africana, conhecida mais precisamente como Swahili.

    Já o declínio, começou a ocorrer com a impossibilidade comercial, prejudicada com a sobrevinda dos ataques portugueses na década de 1490, fazendo a civilização declinar-se gradativamente. Até que em 1700 aproximadamente dispersam-se de suas antigas fortalezas apenas carregando a língua suaíli nas variadas regiões do continente africano. Atualmente a língua suaíli é uma das mais importantes línguas africana.



Fonte bibliográfica: Nei Lopez e José Rivair, dicionário de história da África, séculos VII aa XVI, pg. 274 a 278.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caráter libertador

     O quão bom é o processo educativo para aqueles que tem oportunidade de exercer... Com tantos problemas que temos em nossa nação atual, ...